Programa Municipal de controle da aids em Campinas realiza aula sobre lipodistrofia dia 8 de agosto no “Espaço CR”

Evento é direcionado a funcionários do Centro de Referência do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids

Uma aula sobre lipodistrofia direcionada aos funcionários do Centro de Referência (CR) do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) da Secretaria da Saúde da Prefeitura de Campinas será realizada dia 8 de agosto de 2009 (sábado).

A aula é ministrada pelo palestrante Heverton Zambrini, médico e coordenador da Enfermaria de Infectologia do Departamento de Infectologia do Hospital Heliópolis e médico assistente da disciplina de Infectologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de São Paulo (USP).

A aula será realizada no Espaço Cr, à Rua Padre Vieira, 954, Cambuí. Para participar, os funcionários do Centro de Referência do Programa de DSTs e Aids de Campinas devem confirmar presença pelo telefone (19) 3231 2233, setor de Recurso Humanos do Programa, com o funcionário Bruno Custódio.


Lipodistrofia

Aproximadamente 165 mil pessoas vivendo com HIV ou com aids utilizam terarpia antirretroviral no Brasil, oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde. A terapia antirretroviral possibilitou melhora na qualidade e na expectativa de vida, por meio da redução das infecções oportunistas, da viremia e da reconstituição das defesas imunológicas.

A partir de 1998 uma série de alterações anatômicas e metabólicas passaram a ser descritas nas pessoas vivendo com HIV aids, particularmente naqueles em uso de HAART (terapia antirretroviral combinada "pesada"). Estas alterações foram descritas de maneira genérica como lipodistrofia e/ou síndrome lipodistrófica.

Apesar do aumento da sobrevida e melhoria da qualidade de vida, as alterações causadas pela lipodistrofia, podem levar pessoas que vivem com aids a ter aspecto de envelhecimento precoce, com impacto direto na qualidade de vida, com repercussões profissionais, estéticas, adesão ao tratamento e que poderiam, desta forma, trazer de volta o estigma da "cara da aids".

Em 2 de dezembro de o Ministério da Saúde do Brasil assinou a Portaria 2.582/GM, que possibilitou a inclusão de cirurgias reparadoras para pacientes portadores de Aids e usuários de anti-retrovirais no Sistema Único de Saúde, possibilitando o acesso gratuito das pessoas que vivem com HIV/aids a: correção cirúrgica de giba; lipoaspiração de parede abdominal, redução mamária, tratamento da ginecomastia, lipoenxertia de glúteo, reconstrução glútea, preenchimento facial com tecido gorduroso em paciente com lipoatrofia de face e preenchimento facial em paciente com lipoatrofia de face.

As dificuldades encontradas no nível local para implantação da legislação foram minimizadas, a partir do estabelecimento de um trabalho em parceria entre o Governo Federal, Governos Estaduais e Municipais e Sociedade Civil Organizada.

A aproximação da Sociedade Civil, principalmente Redes de Pessias Vivendo com HIV/Aids, e dos gestores públicos facilita a consecução das ações de assistência a lipodistrofia no nível local, que possibilitam o estabelecimento uma rede capaz de atender a legislação, de acordo com texto assinado por Regina Maria Tellini, em trabalho apresentado por meio do então Programa Nacional de DST/Aids, à ocasião do 6º Congresso Brasileiro das DST/Aids, realizado entre 4 e 7 de novembro de 2006 em Belo Horizonte, Minas Gerais. (Confira em A Política Brasileira para o Tratamento das Lipodistrofias em PVHA).

Resposta de Campinas às lipodistrofias

Em Campinas, terapias complementares à antirretroviral são realizadas no Centro de Referência do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids por meio de trabalhos como o premiado "Grupo de Caminhada - Atlética CR", reconhecido como um dos mais importantes trabalhos realizados para a qualidade de vida das pessos vivendo com HIV/Aids e que deu origem à atual "Academia" ou "Espaço CR", onde, através de exercícios físicos articulados às orientações nutricionais, técnicos, demais trabalhadores do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas, gestores locais do SUS e a Sociedade Civil Organizada oferecem resposta também às lipodistrofias.

Anteriormente às atividades da "Academia - Espaço CR - Qualidade de Vida", o Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas ganhou em 2007 o prêmio nacional "Saúde Brasil", com o Grupo de Caminhada. A premiação ocorreu na terça-feira, dia 27 de novembro, no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo. O projeto foi selecionado entre mais de 90 participantes de todo o País.

Com isso, o Centro de Referência do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Campinas, por meio do "Grupo de Caminhada - Atlética CR", realizado desde 2005, conquistou o "Prêmio Aids de Responsabilidade Social Saúde Brasil", realizado pela anualmente, à época em sua quarta edição.

O concurso, que teve como objetivo incentivar ações em benefício das pessoas que vivem com HIV/aids e seus familiares, é realizado anualmente pela organização Aguilla Saúde Brasil, que desenvolve ações educativas na área de saúde. O Prêmio, que já teve a sua quinta edição realizada em 2008, contou, àquele ano, com pelo menos 90 trabalhos inscritos.

A idéia de um grupo que realizasse atividades físicas surgiu no ano de 2005, através da sugestão de um usuário do Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Campinas durante suas sessões de psicoterapia.

Após a discussão da idéia inicial pela equipe técnica, foi proposta a criação do Grupo de Caminhada que se transformou em um projeto do Centro de Referência do Programa Municipal de DST/Aids, com objetivo de melhorar a qualidade de vida e promover adesão ao tratamento. Com o aumento dos participantes as possibilidades começaram ser ampliadas. E novas idéias surgiram.

O trabalho com o Grupo é então desenvolvido com programação e atividades como: caminhada em diversos espaços públicos da cidade de Campinas e região, ginástica harmônica, ioga, vôlei e musculação, freqüência média de 25 participantes por encontro e encontros periódicos pelo menos uma vez por semana das 8h às 11h30. No final do encontro é realizada uma roda para reflexão das atividades do dia.

Em todos os encontros é reforçada a importância da adesão ao tratamento. Os resultados positivos na qualidade de vida dos participantes são observados de diversas maneiras: Melhora do estado nutricional e emocional, na adesão ao tratamento, na inserção em outros projetos de inclusão social, na relação entre o serviço e seus usuários e no entusiasmo visível com que participam.

Enfrentar a síndrome com a promoção da saúde, driblar as dislipidemias, o isolamento social e a depressão, fortalecer a idéia de que técnicos, usuários, familiares e parceiros aprendem dia a após dia uma nova forma de trabalhar com saúde e qualidade de vida com as pessoas vivendo com HIV/aids e com a prevenção positiva estão entre os objetivos e desafios do CR com este Grupo.

Mais informações à Imprensa: (19) 9373 – 5001, com Eli Fernandes